A África antiga
Estudos dizem que, antes, a África era dividida em duas áreas bem distintas: o Egito e a África subsaariana, ao sul do Deserto do Saara. Mas pouco se sabe sobre os povos subsaarianos, por muito tempo era usada somente a forma oral, com pouca escrita.
Na África, a história e bem grande, já que foi lá que surgiram os primeiros hominídeos, que surgiram na costa do Mar Vermelho e do Oceano Índico além do território onde hoje são a Tanzânia, Zâmbia e Zimbábue. Algumas comunidades migraram para outros locais e outras permaneceram ali. Os povos da região do Egito se desenvolviam rapidamente com a ajuda do Nilo, mas nos outros povos o desenvolvimento, agricultura e pecuária foram lentos. Porém várias comunidades começaram a sedentarizar rapidamente, cultivando principalmente os cereais e criando animais diversos. Isso provocou um aumento de habitantes, e estas comunidades passaram a abrir rotas de comercialização para vender, principalmente, o sal. Para realizar este transporte era necessário atravessar o Deserto do Saara, e a atividade ficou conhecida como comércio transaariano. Como o lugar a ser percorrido era muito acidentado, os povos africanos começaram a fazer uso de animais capazes de se adaptar a diversas condições. Tentaram muitos animais, o boi, o cavalo e, só depois o camelo. Ele era perfeito para esta função, ficava um bom tempo sem tomar água, pode carregar bastante carga e se adapta a várias condições. Porém, algumas comunidades não se desenvolveram tanto porque há uma mosca chamada tsé-tsé, que transmitia uma doença capaz de dizimar as populações animais.
As religiões africanas
Como a África é muito grande, diversas religiões manifestaram-se nela. Nos locais próximos a Eurásia prevaleceu o judaísmo que se espalhou pelas cidades do norte da África. Essa religião se espalhou por causa dos judeus da rota de comércio. Logo após o cristianismo e o islamismo se fortaleceram muito na África. O cristianismo passou a ser logo logo a religião do império de Axum, que falaremos mais tarde. O cristianismo só foi fixar-se mais fortemente depois do século XV. Já o islamismo conseguiu converter grande parte do norte africano e do Deserto do Saara no século VIII. Além destas o povo africano também criou religiões.
Na apresentação das grandes civilizações africanas, em 1000 a.C., povos semitas da
Arábia emigram para a atual Etiópia. Depois, em 715 a.C. o Rei de Cush, funda no Egito a 25a
dinastia. Em 533 a.C. transfere sua capital de Napata para Meroé, onde, cerca de cinqüenta
anos depois, já se encontra uma metalurgia do ferro, altamente desenvolvida. Por volta do ano
100 a.C. desabrocha, na Etiópia, o Reino de Axum.
O tempo que se passou até a chegada dos árabes à África Ocidental foi, durante muitos
séculos, considerado um tempo obscuro, face à absoluta ausência de relatos escritos, que só
apareceram nos séculos XVI e XVII, com o “Tarik-Al-Fattah” e o “Tarik-Es-Sudam”, redigidos,
respectivamente, por Muhammad Kati e Abderrahman As Saadi, ambos nascidos em
Tombuctu. Mas o trabalho de arqueólogos do século XX, aliado aos relatos da tradição oral,
conseguiu resgatar boa parte desse passado.
O mais antigo desses reinos foi o da Etiópia. Entre os séculos III e VII, a Etiópia teve
como vizinhos outros reinos cristãos: o Egito e a Núbia, contudo, com a expansão do
islamismo essas duas últimas regiões caíram sob o domínio árabe e a Etiópia persistiu como
único grande reino cristão da África. Antes do efetivo início do processo de islamização do
continente africano, a África Ocidental vai conhecer um padrão de desenvolvimento bastante
alto. E, os antigos Estados de Gana, do Mali, do Songai, do Iorubá e Benin, são excelentes
exemplos de pujança das civilizações pré-islâmicas.
Império do Gana
O Antigo Império Gana teve seu apogeu entre os anos 700 e 1200 d.C. Acredita-se que
o florescimento desse império remonte ao século IV. Fundado por povos berberes, segundo
uns, e por outros, por negros mandeus, mandês ou mandingas, do grupo soninkê. O antigo
nome desse império era Uagadu, que ocupava uma área tão vasta quanto à da moderna
Nigéria e, incluía os territórios que hoje constituem o Mali ocidental e o sudeste da Mauritânia.
Kumbi Saleh foi uma das suas últimas capitais. Segundo relatos históricos, o Antigo Império de
Gana era tão rico em ouro, que seu imperador, adepto da religião tradicional africana, tal como
seus súditos, eram denominados “o senhor de ouro”. Com a concorrência de outras potências
no comércio do ouro, o Antigo Império Gana começou a declinar. Até que, por volta de 1076
d.C., em nome de uma fé islâmica ortodoxa, os berberes da dinastia dos almorávidas, vindos
do Magrebe, atacam e conquista Kumbi Saleh, capital do Império de Gana.
O Império do Mali
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Os fundados do Antigo Mali teriam sido caçadores reunidos em confrarias ligadas pelos
mesmos ritos e celebrações da religião tradicional. O fervor com que praticavam a religião de
seus ancestrais veio até bem depois do advento do Islã. Conquistando o que restara do Antigo
Gana, em 1240, Sundiata Keita, expandiu seu império, que já era oficialmente muçulmano
desde o século anterior. E, o Mali se torna legendário, principalmente sob o mansa (rei) Kanku
Mussá, que, em 1324, empreendeu a peregrinação a Meca com a intenção evidente de
maravilhar os soberanos árabes.
Império Songai
A organização do Songai era mais elaborada ainda que a do Mali. O Império Songai
teria suas origens num antepassado lendário, o gigante comilão Faran Makan Botê, do clã dos
pescadores sorkôs. Por volta de 500 d.C., diz ainda a tradição, que guerreiros berberes,
chefiados por Diá Aliamen teriam chegado à curva norte do Níger, tomando o poder dos
sorkôs. A partir daí, a dinastia dos Diá reina em Kukya, uma ilha perto do Níger, até 1009,
quando o reino se converte oficialmente ao islamismo e transfere a capital para Goa, onde a
dinastia reina até 1335. Nesse ano, o povo songai se liberta do Antigo Mali, de quem se
tornara vassalo em 1275 e, começa a conquistar as regiões vizinhas.
Império Kanem-Bornu
Outro grande Estado da África Negra, florescido por essa época, no norte da atual
Nigéria, foi Kanem-Bornu, em torno do ano 800 d.C. As cidades-estados haussás, situadas
entre o Níger e o Chade que se encontram em uma grande encruzilhada. Constituíram-se por
volta do século XII, em redor das vias comerciais que ligavam Trípolis e o Egito à floresta
tropical, por um lado, e, por outro lado, o Níger ao alto vale do Nilo pelo Darfur. Os haussás ou
a classe dirigente são negros que habitavam muito mais ao norte e a leste do que hoje. Junto
com o Mali e o Songai, um dos mais vastos impérios dos grandes séculos africanos foi o
Kanem-Bornu. A sua influência, no seu período de maior esplendor, estendia-se da Tripolitânia
e do Egito até ao Norte dos Camarões atuais e do Níger ao Nilo. Nas origens do Kanem
encontra-se a conjunção dos nômades e dos sedentários.
Império Iorubá
A sudeste da atual Nigéria constituíra-se o poderoso e dinâmico grupo Ibo. Possuía uma
estrutura ultrademocrática que favorecia a iniciativa individual. A unidade sociopolítica era a
aldeia. No sudoeste, desenvolveram-se os principados iorubás e aparentados, entre os séculos
VI e XI. As suas origens, mergulhadas na mitologia dos deuses e semideuses, não nos
fornecem, do ponto de vista cronológico, informações suficientes. O grande passado de todos
estes príncipes é Odudua. Seria ele próprio filho de Olodumaré, que para muitos seria o
Nimrod de que fala a Bíblia, ou segundo a piedosa tradição islâmica, de Lamurudu, rei de
Meca. O seu filho Okanbi, teria tido sete filhos que vieram a ser todos “cabeças coroadas”, a
reinar em Owu, Sabé, Popo. Benin, Olé, Ketu e Oyó. Por volta do século XII, Ifé era uma
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cidade-estado cujo soberano o Oni, era reconhecido como chefe religioso pelas outras cidades
iorubás. É que Ifé, fora o lugar a partir de onde as terras se teriam espalhado sobre as águas
originais para, segundo a tradição, fazerem nascer o mundo. Os iorubás foram expulsos da
antiga Oyó pelos Nupês (Tapas) estabelecendo-se no que é a Oyó de hoje.
Império do Benin
Famoso por sua arte, o Benin, situado à sudeste de Ifé, foi fundado, segundo a
tradição, também por Oranian, pai de Xangô, sendo então, intimamente aparentado com Oyó
e Ifé. A primeira dinastia a reinar teve, segundo mitos, primeiro doze Obas (reis) e terminou
por uma revolta, quando se constituiu em reino. Seu apogeu ocorreu no século XIV, com a
capital Edo, que perdura até hoje.
A cultura nagô, evidenciada nesta pesquisa, tem procedência no grupo dos escravos
sudaneses do império iorubá, acima citado, em suas origens. Na verdade a denominação
“nagô” foi dada, no Brasil, a língua iorubá que foi, na Bahia, a “língua geral” dos escravos,
tendo dominado as línguas faladas pelos escravos de outras nações. O iorubá compreende
vários subgrupos e dialetos, entre os quais o Egbá, que inclui o grupo Ketu e Ijexá, das tribos
do mesmo nome, cujos rituais foram adotados, principalmente o Ketu, pelos candomblés mais
conservadores. Do ewe “anago”, nome dado pelos daomeanos aos povos que falavam o
iorubá, tanto na Nigéria como no Daomé (atual Benin), Togo e arredores, e que os franceses
chamavam apenas nagô.1
O Império Kush ( 1700 a.C.- 300 d.C. )
De 3600 a.C. até 1700 a.C., a região da Núbia esteve sob poder egípcio. Mas em 1700 a.C.,os núbios ficaram independentes e criaram uma forte sociedade: o Império Kush. De 1700 a.C. até 1500 a.C. houve o Primeiro Império Kush. Em 1500 a.C. os egípcios reconquistaram a Núbia, o que fez com que algumas pessoas migrassem para a cidade de Napata ,no sul.
Porém, em 1100 a.C. os núbios reconquistaram o seu território e ergueram o Segundo Império Kush. No segundo império, os núbios aumentaram muito seus domínios e até tentaram invadir o Egito em 663 a.C.,mas foram expulsos pelos assírios, povo que havia conquistado o Egito. A economia do Império Kush não foi lá das melhores mas se destacou na África subsaariana. Além disso o Império Kush estava sendo constantemente ameaçada de invasão pelos nômades cuxitas. Em 300 d.C., não houve mais registros sobre o Império Kush, que provavelmente foi conquistado pelo Império Axum.
A sociedade de Axum ( século I d.C. a X d.C. )
Entre os séculos V a.C. e IV a.C.,algumas pessoas oriundas da península arábica fugindo do deserto migraram em uma região onde hoje é o norte da Etiópia e a Eritréia. Fundaram a cidade de Adúlis e expandiram o seu território e fundaram a cidade de Axum. No começo a sociedade não era maior que um retângulo de 160km por 300km. O reino se enriqueceu muito através do comércio e expandiu seus domínios. Conquistou o Império Kush e seu território já compreendia o seu território inicial, todo o atual Sudão e algumas partes da Península Arábica. Os axumitas criaram um importante centro comercial, de importação e exportação. Por ali foram encontrados até vestígios de porcelana chinesa. Além disso muitas mercadorias faziam escala em Axum como a rota de Índia para Roma que sempre parava em Axum. Logo se tornou uma grande exportadora de ouro, prata e marfim. Eles eram politeístas, mas depois adotaram o cristianismo como religião oficial. Por causa desta mudança se estremeceram as relações com alguns povos que tinham outras religiões como oficiais. Depois, o império romano do ocidente caiu, o que enfraqueceu as exportações e o comércio da nação o que empobreceu o povo. Não sabemos ao certo a razão do fim de Axum, mas com certeza estes fatos ajudaram.
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